Literacia Financeira – Uma ferramenta para as gerações mais jovens
Ao receber o convite para escrever sobre a importância da “Literacia Financeira”, especialmente para um público mais jovem, a minha primeira dificuldade foi gerir o meu recurso mais precioso: o tempo.
Talvez seja apropriado começar por aí, num contexto em que cada segundo parece contar para tomarmos decisões e fazermos escolhas que terão as suas consequências (como aprendemos nos bancos da escola com a terceira lei de Newton: ação e reação). Hoje, a rapidez e a antecipação nas decisões muitas vezes sobrepõem-se à ponderação necessária. E este, acredito, é parte do problema.
O que é Literacia Financeira?
Comecemos pela definição. Muito se ouve falar sobre este conceito, mas o que é exatamente?
Por definição, a literacia financeira é a capacidade de compreender e utilizar de forma eficaz conceitos e ferramentas financeiras na gestão dos recursos pessoais. Inclui conhecimentos sobre orçamento, poupança, investimentos, crédito e dívidas, bem como a capacidade de tomar decisões financeiras informadas.
Na prática, a literacia financeira visa dotar as pessoas de competências para:
- Gerir o binómio receitas/despesas (que para muitos jovens começa com a mesada e os gastos em roupa, tecnologia ou jantares com amigos);
- Planear objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo;
- Compreender o impacto das escolhas financeiras, como os juros, a inflação ou o crédito.
O objetivo final é permitir que os jovens tomem decisões responsáveis, evitando dívidas excessivas e assegurando uma maior estabilidade financeira.
Por que é essencial para as gerações mais jovens?
A literacia financeira é, para os jovens, como um sextante: uma ferramenta indispensável para navegar num mundo onde o crédito é facilmente acessível, o consumo é constantemente incentivado e os desafios económicos – como o aumento do custo da educação e da habitação – são uma realidade.
Além disso, enfrentam um mercado de trabalho em constante transformação, onde as novas gerações demonstram maior disponibilidade para mudanças frequentes de carreira e até de localização. Para quem está a entrar no mercado laboral, é essencial estar preparado para tomar decisões conscientes e construir um futuro mais estável e independente.
Com uma melhor gestão do dinheiro, os jovens financeiramente educados conseguem avaliar riscos e identificar boas oportunidades, evitando “truques” financeiros e o endividamento excessivo, desenvolvem a sua autonomia com bons hábitos financeiros, tornando-se menos dependentes dos pais ou de terceiros.
Planeando para o Futuro, aprendem a criar planos para emergências e para alcançar objetivos, como comprar casa, investir em educação ou viajar e acabam por beneficiar de uma maior qualidade de vida através de uma boa gestão financeira que reduz o stress associado a problemas económicos e promove a liberdade para perseguir objetivos pessoais e profissionais.
Compreender os conceitos básicos de investimento desde cedo pode ajudar os jovens a fazer o dinheiro trabalhar por eles. Mais importante ainda, jovens financeiramente educados estão menos propensos a cometer erros que levam a crises pessoais, contribuindo para uma sociedade mais estável e equilibrada.
Mas num tema tão vasto, por onde começar?
Investir na educação financeira requer, no entanto, o esforço conjunto de vários intervenientes:
Escolas: As escolas são o local ideal para introduzir a literacia financeira de forma estruturada. Integrar a literacia financeira no currículo ensinando conceitos como orçamento, poupança e investimentos é essencial.
Pais: Cabe aos pais desempenhar um papel essencial como primeiros educadores financeiros, ensinando através do exemplo hábitos de poupança e consumo responsável, conversando abertamente acerca de temas como o orçamento familiar e a importância de evitar dívidas. Ensinar os filhos a gerir a mesada e quem sabe iniciar a contribuição para um PPR dos mesmos.
Reguladores: É importante exigir aos nossos Governos a responsabilidade de implementar políticas que promovam a literacia financeira em larga escala através de programas de educação financeira.
Empresas: Como parte de uma sociedade mais informada, as empresas têm um papel fundamental em proporcionar experiências que contribuem para desenvolver competências úteis no mercado de trabalho, permitindo aos jovens encontrar carreiras significativas e produtivas. Assim é mais urgente que nunca desenvolver junto dos jovens o espírito empreendedor, e incentivar formações práticas em temas de literacia financeira através de voluntários corporativos que aplicam os programas e de uma rede de associados e parceiros para cumprir a sua visão.
Em conclusão, não há uma fórmula mágica para garantir o sucesso financeiro, mas a educação financeira desde cedo é um pilar fundamental para criar gerações mais conscientes, informadas e preparadas para enfrentar os desafios económicos.
Cabe a todos assumirem a responsabilidade de promover a literacia financeira como uma prioridade. Seja através do ensino formal, de iniciativas familiares ou de políticas públicas, cada ação contribui para um futuro mais próspero e equilibrado para todos.
Invistam em literacia financeira hoje. Estaremos a criar melhores futuros financeiros para as próximas gerações.
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